Inúmeros termos e expressões circulam por aí sem muito boa gente ter conhecimento do seu real significado. Ouve-se com frequência mulheres criticando-se, falando em cinismo e em “expressão de cínica”, provavelmente referindo-se ao típico feitio feminino, por vezes provido de maldade e falsidade. Ora, isto nada tem a ver com o cinismo, que para quem não sabe e pretende ficar a saber, é uma antiga filosofia criada por um discípulo de sócrates, de seu nome Antístenes.
A base do cinismo seria a conquista da virtude moral, através do desapego aos bens externos e materiais. Eliminar-se-ia o supérfluo, o reconhecimento alheio, as preocupações com a saúde, o sofrimento, a morte.. Os cinistas acreditavam que nada externo a nós poderia trazer felicidade e que tudo o que o homem precisa para prosperar está dentro dele próprio.
Este conceito não terá sido muito bem interpretado ou compreendido pelo pensamento do homem comum e dependente de “coisas”, que acabou por deturpar o seu significado. Nos dias de hoje é chamado cínico a uma pessoa sem qualquer conceito de pudor e indiferente ao sofrimento alheio (significado este que também não tem muito a ver com o contexto em que é muitas vezes utilizado)
Pensa-se que esta filosofia tem origem num comentário que Sócrates fez ao passar no mercado de Atenas: “Vejam de quantas coisas precisa o Ateniense para viver”. Uma das primeiras críticas ao materialismo registadas na história...
Assim, no final deste pequeno texto, considero-me e afirmo-me cínico, pois vou encontrar a minha felicidade no interior do meu coração, na expressão dos meus valores únicos e nas minhas ideias e filosofias... Nunca outros voltarão a dizer-me que preciso disto ou daquilo ou de fazer isto ou aquilo para ser feliz..
Guardem a vossa opinião p’ra limpar o vosso real cú crítico, que só serve para criticar ninharias e mediocridades...
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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